Estampa de escravos em coleção da Maria Filó foi alterada e não é de Debret, diz pesquisadora. 

Ao contrário do que foi informado pela Maria Filó, em resposta à polêmica causada por uma estampa da marca que retrata a escravidão de negros, a imagem não teve inspiração em uma pintura do francês Jean Baptiste Debret. É o que afirma a artista e pesquisadora Patricia Gouvêa, acrescentando uma nova denúncia: segundo ela, a versão original da obra teria sido alterada de uma maneira que reforça ainda mais o conceito racista que gerou a revolta nas redes sociais.

Patricia publicou em sua página no Facebook uma reprodução da litografia “Negras no Rio de Janeiro”, de autoria de Johann Moritz Rugendas, de 1835, e criticou a resposta dada pela Maria Filó às denúncias de racismo.

Leia a matéria completa do Extra de 16/10/2016

Sobre Rugendas, Debret e o encontro entre moda, racismo, e sexismo

Em matéria do jornal carioca Extra, a pesquisadora Patricia Gouvêa, mostrou que a coleção “Pindorama” da Maria Filó ainda tem umas curvas de polêmica para percorrer. Ela apontou que uma das cenas de escravidão que foi estampada em algumas das peças reproduz a base de gravura do alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858) e não do francês Jean Baptiste Debret (1768-1848), que a marca afirmou homenagear com a iniciativa. Rugendas também retratou o cotidiano do Brasil no século XIX. (…)

Mas voltando à excelente intervenção de Patricia Gouvêa ( que desenvolveu a pesquisa “Mãe Preta”, em 2016, ao lado de Isabel Löfgren): ela aponta  que, na estampa da marca, uma mulher negra no original foi alterada por uma mulher branca. Ou seja: a gravura de Rugendas mostra, possivelmente, uma interação entre uma escrava de ganho e uma liberta (Patricia aponta para o detalhe que a mulher da margem direita está calçada, um indicativo da condição de ex-escravos).

Leia a matéria completa completa por  postada 18/10/2016 no blog Flor de Dendê