Exposições

Palácio das Artes
Belo Horizonte
2017

Palácio das Artes  Belo Horizonte 2017

Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea
Rio de Janeiro
2016

Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea  Rio de Janeiro  2016

Galeria Monique Paton
Rio de Janeiro
2015

Galeria Monique Paton  Rio de Janeiro 2015

Funarte SP
São Paulo
2018

Funarte SP  São Paulo 2018

Espaço Chão
São Luiz
2018/2019

Espaço Chão  São Luiz 2018/2019

Identidades
Rio de Janeiro
2019

Identidades  Rio de Janeiro 2019

A Meeting of Minds
Estocolmo, Suécia
2019

A Meeting of Minds  Estocolmo, Suécia2019

Instituto Pavão Cultural Campinas, SP 2021

Instituto Pavão Cultural Campinas, SP 2021

Histórico

Mãe Preta é um projeto de pesquisa artística de longa duração da dupla de artistas Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa.

A primeira etapa da pesquisa começou com o convite do artista plástico e curador Osvaldo Carvalho para criarem um trabalho para a exposição coletiva Crossover, em 2015, na Galeria Monique Paton, situada na Rua do Rosário 38, centro do Rio de Janeiro, local muito próximo ao primeiro mercado de escravos instalado na cidade.

Uma das pinturas que adornam a porta da galeria e que retrata uma mulher escravizada carregando um bebê nas costas à moda africana, tornou-se o ponto de partida da pesquisa. Após pesquisarmos a origem da imagem, constatamos que a pintura era a cópia de um fragmento da litogravura "Negras do Rio do Janeiro”, do artista alemão Johann Moritz Rugendas, e fez parte no livro Voyage pittoresque dans le Brésil (Viagem pitoresca através do Brasil), publicado na França em forma de fascículos entre 1827 e 1835. "Mãe Preta" era o nome dado às escravas cujo trabalho era ser amas-de-leite e cuidadoras dos filhos dos senhores brancos na época da escravidão, em detrimento aos cuidados dos seus próprios filhos. 

A busca pela imagem original tornou-se o mote da pesquisa. As artistas reinterpretaram a pintura desta mãe negra com fotografias, video e uma instalação site-specific. No trabalho, as artistas retratam um modelo masculino e simulam as vestimentas e a pose da escrava na imagem encontrada na porta da galeria como forma de pôr em questão a representação da figura materna na época da escravidão em relação a questões atuais sobre etnia, sexualidade e gênero.

Em seguida, foram convidadas por Marco Antonio Teobaldo, curador da galeria de arte contemporânea localizada no Instituto de Pesquisa e Memórias Pretos Novos, no Rio de Janeiro, para desenvolverem uma exposição realizada em 2016, a partir do local dedicado à memória da escravidão na região portuária da cidade que é um antigo cemitério de escravos do século 19. Um campo santo onde milhares de africanos escravizados e mortos logo após o desembarque no Cais do Valongo, foram jogados à flor da terra, sem um enterro digno e que respeitasse seus rituais de morte.

O projeto conta com cinco exposições realizadas, duas na zona central (2015) e portuária do Rio de Janeiro (2016), Belo Horizonte (2017),  São Paulo (2018), e São Luís (2018). O projeto é vencedor de vários prêmios, entre eles o Rio Cidade Olímpica em 2016 e Prêmio Conexão e Circulação Artes Visuais da Funarte em 2017. Algumas obras participam de exposições coletivas como a "Identidades" do curador Osvaldo de Carvalho na Aliança Francesa no Rio de Janeiro e outras. O catálogo Mãe Preta faz parte do acervo de algumas bibliotecas públicas, organizações civis e centros culturais por todo o Brasil.

Hoje, o projeto vem se desenvolvendo com diversas exposições em diferentes cidades brasileiras, e em cada cidade é adicionado um novo elemento da história das mães pretas ou do leite negro e sua relação com os arquivos de imagens e com a forma urbana para ampliar o elo da questão com contextos mais amplos. O projeto também participa de conferências e eventos internacionais onde as questões da exposição são discutidas em contextos de estudos curatoriais, pós-coloniais, ativismo, anti-racismo, e feminismo nas artes e nas mídias.