Obras
Modos de Olhar – Destaca a posição materna da mulher negra na sociedade colonial por meio de intervenções em imagens de importantes gravuristas e fotográfos. Nesse contexto, por exemplo, uma guia de Oxun, orixá ligada às águas e à fertilidade, é usada para destacar uma mulher negra que carrega o filho pela rua, ao mesmo tempo que diamantes e vidros são usados para ocultar o rosto de colonizadores.
Modos de Navegar – Intervenção feita em um mapa mundi que pontua a relação de dependência entre a América do Sul e a Àfrica ao unir os rios São Francisco e Niger por meio de uma fita de möbius.
Modos de Habitar – Série de colagens com fotografias de August Stahl contrapostas á paisagem do porto do Rio por Marc Ferrez, especificamente o ponto de chegada do cais do Valongo onde o cemitério dos pretos novos é localizado, como forma de traçar um elo com a travessia desde a África através da grande água, após o qual acreditava-se ser a terra dos ancestrais.
Modos de Revelar – Expõe um scan ainda sem tratamento de uma das imagens mais icônicas de Marc Ferrez e serve como metáfora para todas as imagens e histórias negras que, ao longo dos anos, ficaram confinadas às memórias individuais.
Modos de Reportar – Eram recorrentes em jornais e revistas, a venda e aluguel de escravizados nas principais cidades da colônia. A pesquisa confirma a banalização desse assunto na época ao apresentar anúncios de venda e aluguel de amas de leite ao lado do anúncios de vendas de galinhas.
Vênus da Gamboa – Ressignificação da foto de uma mulher escravizada, possivelmente a primeira grávida, feita por August Stahl, por encomenda de Louis Agassiz, um dos principais defensores do racismo científico no século XIX, com o objetivo de justificar o racismo e a eugenia. As artistas intervêm na imagem incluindo conchas, objeto muito significativo para a ancestralidade negra, utilizado em rituais, e fazendo uma alusão à obra Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli.
Modos de Fala e Escuta – Movimento para a contemporaneidade, constitui o trabalho central da exposição. A partir de uma video-instalação, com entrevistas de mulheres negras e mães, são revelados os problemas que as mulheres negras ainda enfrentam, entre eles o racismo e a violência.
Modos de Recordar (O mural das heroínas) – Destaca as heroínas negras com fotos e biografias, de Anastácia à Sueli Carneiro. Ao todo, são 16 mulheres de um recorte de 250 heroínas.
Biblioteca Mãe Preta - Através de doações de várias editoras, criamos uma coleção de títulos ora escritos por autoras negras ora onde mulheres e mães negras são protagonistas. A biblioteca promoveu ao seu redor múltiplos encontros, atividades e conversas em todas as exposições. A biblioteca foi doada para o Qiulombo Santa Rosa dos Pretos no Maranhão em 2022.
Modos de Apagar - Uma reflexão sobre o processo de concepção do Monumento Mãe Preta em São Paulo pela imprensa negra paulistana na década de 1920, o desaparecimento da proposta com a ascensão de Vargas em 1930 e a dispersão dos movimentos negros da época; a subsequente retomada da proposta nos anos 50, e o estado do monumento nos dias de hoje.
Modos de Encantar - A maternidade expandida tal como entendida pela comunidade quilombola de Santa Rosa dos Pretos no Maranhão, onde culturas matriarcais estão na fronteira entre a memória ancestral e o presente extrativista se encontram no território da comunidade. Aqui apresentamos a importância do tambor de Mina e da encantaria nas práticas das parteiras encantadas da comunidade.
Modos de Curar (O herbário ancestral) - A memória ancestral se manifesta através de uma série de cianótipos das plantas medicinais da Fazenda Roseira em Campinas, uma antiga fazenda de café hoje ocupada por grupos culturais como a Comunidade Dito Jongo Ribeiro, co-autores desta obra que busca trazer o conhecimento da cura através de plantas cultivadas no antigo território da plantação.